INDIANO

Ano de Fundação: 1949

Fundadores: Zé Gomes
Patrono da Nação: 
Calungas:
Dama do Paço: 
Rei e Rainha: 
Apito: 

Presidente: 
Tesoureiro: 

Tradição: 

Endereço: Alto do Deodato

 

Fundado em 1949, no Alto do Deodato, região próxima a Beberibe. Nos primeiros cinco anos de sua existência foi um maracatu de orquestra. Depois se transforma em maracatu “nação” até 1991 quando é interrompido. Voltando a se apresentar pelas ruas do Recife em 1993. O maracatu traz em sua trajetória pelo carnaval do Recife uma característica que é de fundamental importância para compreender até que ponto as agremiação deveriam que se adequar as exigências da federação carnavalesca. Assim com também, nos permite analisar como um maracatu considerado “impuro” conseguiu tanto prestígio na época em que predominava a tradição. Pois, o maracatu Indiano foi um maracatu de orquestra, ou como é mais conhecido nos dias de hoje, era um maracatu rural, que se transforma maracatu nação por ordem da Federação Carnavalesca de Pernambuco em 1957.

O carisma que fazia de Zé Gomes um dos maiores rivais de Luiz de França na década de 60. Pois, seu maracatu chegava a levar pelas ruas do recife mais de 300 desfilastes.

Foi com essas invenções que o Indiano ganhou o campeonato de 65 e na década de 70 conseguiu levar três campeonatos seguidos.

Essa militância política de Zé Gomes é de fundamental importância para compreender o período estudado, de 64 a 88. Este fato mostra que os maracatuzeiros não eram pessoas apolíticas. Ou seja, as evidências levam a crer que Zé Gomes tinha consciência do período que o país estava passando, pois tinha uma experiência política e estava ligando a pessoas politizadas, como por exemplo, Armando Arruda.

Essa “perseguição” não ocorreu apenas com o Indiano, mais também, com o Cambinda Estrela (1953), Almirante do Forte que se transformou em nação no período de 1965-1970.

Segundo Real (1990), os grupos de maracatus rurais do interior de Pernambuco há varias décadas vinham sofrendo perseguições pela Federação Carnavalesca Pernambucana, a 590 fim de forçá-los a mudarem de ritmo e também colocar “rei” e “rainha” como nos cortejos dos maracatus nação. Ainda segundo a autora a imprensa também perseguia os maracatus rurais.

Essa perseguição aos maracatus de orquestra só tem fim nos anos 70. Mas, antes disso muitos maracatus rurais foram perseguidos e proibidos de se apresentar no desfile oficial organizado pela Federação Carnavalesca de Pernambuco, eles eram considerados nãoautênticos.

Zé Gomes aceitou se adequar as exigências da Federação. Um dos motivos é que com essa transformação ele podia conseguir mais recursos financeiros para o se maracatu. Mas foi a presença de Madalena, ex- mulher de Luiz de frança, que permitiu ao Indiano ser visto como uma autêntica “nação africana”.

[…] o anonimato atual da memória de Zé Gomes é inversamente proporcional a força de seu nome nos anos 1960 e 1970. O Indiano 591 constituía a maior referência entre os maracatuzeiros e maracatuzeiras desses anos. Se nos anos 1960 o grande rival do Leão Coroado, disputando com este grupo a hegemonia nos concursos carnavalescos, nos anos 1970 o embate foi travado com o Estrela Brilhante, o grupo da antiga rainha aliada de Zé Gomes, Maria Madalena. O Leão Coroado definhava a olhos vistos ao longo dos anos 1970. Apesar de ter conseguido arrebatar três títulos ao longo da década de 1970. Mas o Indiano brilhava… E o seu mestre, Natérsio, falecido em 1978, fazia escola com os batuqueiros de seu tempo. Facadinha, Zé de Tânia, Nido do Picolé, Quinina, Neguinho do Caminhão (LIMA, 2010, p.181-182).

Fonte: ‘A FEDERAÇÃO CARNAVALESCA DE PERNAMBUCO E A PERSEGUIÇÃO AOS MARACATUS RURAIS: O CASO DO MARACATU INDIANO’ por Rosana Maria dos Santos

 

Artigo Completo: Zé Gomes e o Maracatu Indiano: famoso e ilustre no seu tempo, desconhecido entre os maracatuzeiros da atualidade por Ivaldo Marciano de França Lima (UEBA)